ambiente
EFEITO ESTUFA
Criação de animais e emissões de gases de efeito estufa: um papel menor
Embora a criação de animais tenha impacte nas emissões de gases de efeito estufa, as principais fontes globais de emissões são provenientes de setores como a produção de energia, transporte e indústria.
A criação de animais, embora contribua, não é a principal responsável pelas emissões.
A título de exemplo: o metano é um gás de “curta duração” (cerca de 10 anos), por comparação com o carbono (10.000 anos).
A busca incessante por práticas sustentáveis na agricultura e a redução do desperdício de alimentos tem vindo a desempenhar um papel fundamental na mitigação das emissões ligadas à criação animal.
A criação de animais está integrada no território, pelo que o seu papel nas emissões deve ser enquadrado no sistema agroflorestal. Nesse âmbito, o balanço entre emissões de gases com efeito de estufa e sumidouro de Carbono aponta para uma responsabilidade deste sistema de apenas 4% do total de emissões em 2021. (Fonte: Inventário Nacional de Emissões 2023)
PERDA FLORESTAL
Desmistificar as terras agrícolas como o principal fator
Embora a conversão de florestas em terras agrícolas seja uma preocupação ambiental, a principal causa de perda florestal geralmente envolve práticas como a desflorestação ilegal, mortalidade e morbilidade de povoamentos florestais e incêndios florestais.
Existem outros fatores-chave que contribuem significativamente para a perda de florestas. Portanto, a abordagem da questão da perda de florestas requer uma visão abrangente que aborde uma variedade de fatores.
MODERNIZAÇÃO E ENERGIAS RENOVÁVEIS
Sustentabilidade em crescimento
A modernização da agricultura, da criação de animais e da indústria envolve cada vez mais a adoção de energias renováveis, como a energia solar e a eólica.
Essas fontes de energia sustentável reduzem custos, diminuem a dependência de combustíveis fósseis e minimizam o impacte ambiental.
Graças à integração de energias renováveis, a agricultura, a criação de animais e a indústria estão cada vez mais eficientes e alinhadas com práticas sustentáveis, contribuindo para a sustentabilidade destes setores e para um futuro mais “verde”.
A PEGADA HÍDRICA
A pegada hídrica do setor agropecuário é uma questão complexa, mas pode ser gerida de maneira eficaz com abordagens sustentáveis. Esclareçamos alguns pontos:
Complexidade da pegada hídrica
A pegada hídrica não se refere apenas ao consumo direto de água, mas também inclui a água usada indiretamente em toda a cadeia de produção, desde o cultivo de alimentos para a alimentação animal até a produção de fatores de produção agrícolas.
Variação regional
A pegada hídrica varia de região para região, dependendo das práticas agrícolas, das condições climáticas e dos recursos hídricos locais. Portanto, nem todos os produtos agropecuários têm o mesmo impacto hídrico.
Uso eficiente da água
A agricultura está a evoluir com práticas mais eficientes no uso da água, como irrigação por gota-a-gota e reutilização de água em sistemas de criação animal.
Impacto na segurança alimentar
A agricultura é fundamental para a produção de alimentos, e uma abordagem equilibrada deve garantir que, ao reduzir a pegada hídrica, não comprometamos a produção de alimentos necessária para atender à crescente população global. Não poderá estar comprometido o acesso a alimentos nutricionalmente equilibrados, seguros (sem risco), a preços possíveis e disponíveis no mercado.
Resolver desafios
Em vez de demonizar o setor agropecuário, devemos concentrar esforços em solucionar os desafios da pegada hídrica por meio de reforçar as práticas sustentáveis, o uso responsável dos recursos e a inovação tecnológica.
SUSTENTABILIDADE E EFICIÊNCIA
Produção de bioenergia na agricultura, na criação de animais e na indústria
Na agricultura, na criação de animais e na indústria a produção de bioenergia a partir de resíduos orgânicos e culturas energéticas desempenha um papel vital na busca por práticas mais sustentáveis.
Essa abordagem não reduz apenas resíduos e promove a reciclagem, mas também fornece uma fonte de energia renovável para a própria agricultura, contribuindo para a autossuficiência energética nas propriedades rurais.
A produção de bioenergia na agricultura, na criação de animais e na indústria é um exemplo de como a sustentabilidade e a eficiência podem caminhar lado a lado. Um bom exemplo disso é o papel fundamental que os estrumes tratados podem desempenhar na produção de energia, além de fornecer nutrientes e matéria orgânica ao solo.
POLUIÇÃO AMBIENTAL
Poluição ambiental “humana” vs criação de animais.
A poluição ambiental, causada em grande parte por atividades humanas, é uma preocupação global crescente, afetando a qualidade do ar, da água e do solo.
Ao mesmo tempo, a criação de animais também contribui para a poluição, devido às emissões de metano, dióxido de carbono e resíduos da pecuária, os quais acabam por ter menos impacto face à implementação das Boas Práticas que têm vindo a acontecer neste setor.
No entanto, é essencial reconhecer que ambas as fontes de poluição têm impactes significativos no meio ambiente, mas as dimensões variam.
A poluição humana, incluindo a queima de combustíveis fósseis e a produção industrial, é a principal causa das mudanças climáticas e da degradação ambiental em larga escala.
Apesar da criação de animais poder contribuir para a poluição, desde sempre teve participação na economia circular (ver no capítulo Criação de Animais, tópico Eficiência Produtiva) e tem vindo a adotar importantes práticas sustentáveis, como a gestão de resíduos e redução de emissões. Logo minimizar seu impacte, e, concomitantemente, recorrer ao melhoramento genético com vista a conferir, nomeadamente, maior eficiência alimentar aos animais e maior resistência às doenças.
Equilibrar as preocupações ambientais com as necessidades alimentares é um desafio, mas pode ser alcançado por meio de medidas responsáveis e conscientes em ambas as frentes, com base no crescente conhecimento científico.