alimentação/ nutrição


1. O que é uma alimentação saudável?
Segundo a definição da FAO/WHO (2024) uma alimentação saudável promove a saúde, o crescimento e o desenvolvimento, apoia estilos de vida ativos, previne deficiências e excessos de nutrientes, doenças transmissíveis e não transmissíveis, doenças veiculadas por alimentos e promovem o bem-estar. Uma alimentação saudável deve cumprir quatro princípios fundamentais: adequada, equilibrada, moderada e variada.
A Roda da Alimentação Mediterrânica, guia alimentar de referência português que valoriza a Dieta Mediterrânica, constitui uma ferramenta promotora de uma alimentação saudável, fornecendo um conjunto de recomendações alimentares, cientificamente suportadas, para a população portuguesa.
2. Como posso saber se um alimento é sustentável?
A caraterização de um alimento como sustentável pressupõe a consideração do seu impacto social, económico e ambiental em diferentes etapas da cadeia alimentar, desde a produção, à transformação, ao transporte, à distribuição e ao consumo, o que implica a sua rastreabilidade. Uma utilização eficiente de recursos (humanos, financeiros ou naturais) deverá ser instituída em qualquer um destes momentos. Por exemplo, em termos ambientais, um alimento sustentável é um alimento produzido com recurso a métodos de produção que respeitam o ambiente e os animais, local e sazonal adquirido diretamente aos produtores, não processado, de modo a minimizar a quantidade de recursos utilizados, que respeita o bem-estar do ambiente, dos animais, dos produtores e dos consumidores.
Atualmente, o consumidor consegue aceder a alguma informação sobre os atributos dos produtos alimentares em matéria de sustentabilidade através dos seus rótulos, que podem transmitir, de forma transparente, aspetos relacionados com a pegada ecológica e carbónica, com o bem-estar animal e o comércio justo, por exemplo, conferindo-lhes uma identidade visual, que facilita a sua identificação. Neste contexto, a par da indústria alimentar, também as cadeias de retalho alimentar deverão ser agentes de disseminação de informação fidedigna, em ambiente de loja física ou virtual, que auxilie o consumidor na realização de escolhas alimentares sustentáveis.


3. O que são alimentos orgânicos/biológicos?
Os alimentos orgânicos ou biológicos são produtos alimentares, frescos ou processados, obtidos a partir de métodos de produção biológica, os quais promovem melhores práticas ambientais, a preservação da biodiversidade e dos recursos naturais, o bem-estar animal e um modo de produção com recurso a substâncias e processos naturais. Estes alimentos são cultivados sem recurso a pesticidas e fertilizantes sintéticos, antibióticos, hormonas de crescimento e organismos geneticamente modificados.
4. Devemos apenas escolher alimentos orgânicos/biológicos?
O interesse e a procura crescentes por alimentos orgânicos/biológicos por parte do consumidor têm sido motivados por questões relacionadas com a qualidade nutricional, a segurança alimentar e o impacto na saúde destes produtos alimentares, bem com o bem-estar animal e preocupações ambientais. À luz da evidência científica atual, não existem diferenças significativas entre alimentos orgânicos/biológicos e alimentos equivalentes produzidos de forma convencional, no que respeita à qualidade nutricional. Contudo, os alimentos orgânicos/biológicos apresentam um conteúdo superior, embora não significativo, de vitamina C, de polifenóis e de ácidos gordos polinsaturados (p.e. ácidos gordos ómega-3). Considerando o impacto ambiental positivo associado à produção biológica e potenciais efeitos positivos para a saúde dos alimentos dela resultantes, dada a menor exposição a pesticidas e fertilizantes sintéticos, justifica-se a sua aquisição e o seu consumo, enquadrado nas recomendações alimentares preconizadas a nível nacional. Contudo, o acesso a estes produtos tem sido limitado pelo seu preço, considerado um dos principais determinantes de compra. Por outro lado, será de referir que existem outros modelos de produção sustentável, que conduzem a uma poupança de recursos naturais e redução de uso de agrotóxicos, preservando a biodiversidade e comunhão com a natureza. Assim, a adoção de uma alimentação saudável e sustentável não deve ser restrita a alimentos orgânicos/biológicos, cuja disponibilidade e acesso podem estar condicionados, sob o risco de comprometer a satisfação das necessidades energéticas e nutricionais individuais.
Fonte: Associação Portuguesa de Nutrição

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