CRIAÇÃO DE ANIMAIS

Que medidas podemos implementar para reduzir a pegada de carbono na criação de animais?

 

1.Alimentação sustentável: É essencial a adoção de dietas ricas em forragens de produção local e ingredientes que melhorem a digestão dos ruminantes. Estudos demonstram que dietas formuladas com aditivos como taninos, saponinas e ácidos gordos insaturados podem reduzir significativamente as emissões de metano durante a digestão. O Pacto Ecológico Europeu apela à promoção de práticas agrícolas que respeitem o ambiente e, neste contexto, incentivar o uso de forragens locais pode ajudar a minimizar a pegada de carbono associada ao transporte de alimentos. Além disso, o uso de culturas de cobertura pode enriquecer o solo e melhorar a eficiência alimentar.

2.Gestão eficaz de resíduos: Implementar sistemas de gestão de dejetos que incluam a captura de biogás é uma estratégia comprovada para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Ao utilizar tecnologias de digestão anaeróbica, os resíduos orgânicos gerados na produção animal podem ser convertidos em biogás, que pode ser utilizado como fonte de energia renovável. A compostagem controlada também é uma prática recomendada, pois não só reduz as emissões de metano associadas ao armazenamento de dejetos, mas também melhora a qualidade do solo e contribui para o ciclo de nutrientes. Políticas da UE, como o Pacote de Economia Circular, incentivam a utilização de resíduos de forma sustentável.

3.Rotação de pastagens e promoção da silvo pastorícia: A gestão sustentável das pastagens, através da rotação, é uma prática que tem demonstrado benefícios significativos na redução da pegada de carbono. A alternância de áreas de pastagem permite que a vegetação se regenere, promovendo a captura de carbono no solo e a preservação da biodiversidade. Esta prática é reconhecida por vários estudos como uma maneira eficaz de melhorar a saúde do solo e aumentar a resiliência dos ecossistemas. Além disso, políticas em Portugal e na UE promovem o uso sustentável da terra, reconhecendo a rotação de pastagens como uma abordagem que pode contribuir para a neutralidade carbónica até 2050. A silvopastorícia como forma de reduzir a pegada de carbono na criação de animais alinha-se com as políticas agrícolas sustentáveis da UE e de Portugal, que incentivam práticas que promovam a proteção ambiental e a utilização eficiente dos recursos naturais. Estudos demonstram que sistemas silvopastoris podem reduzir as emissões de metano e melhorar a eficiência na utilização de nutrientes, sendo uma estratégia eficaz para enfrentar os desafios das alterações climáticas na agricultura.

 

 

Research Center in Biodiversity and Genetic Resources, InBIO Associate Lab, Campus de Vairão, University of Porto, 4485-661 Vairão, Portugal

BIOPOLIS Program in Genomics, Biodiversity and Land Planning, CIBIO, Campus de Vairão, 4485-661 Vairão, Portugal

Department of Geosciences, Environment and Landscape Planning,  Faculty of Sciences, University of Porto, 4099-002 Porto, Portugal